domingo, abril 16, 2017

Fica.

A noite é a mãe de todos os poetas
pois quando em solidão o desalenta,
manda a lua, e sua luz indireta
acariciar a alma daquele que lamenta.

O contínuo silêncio da ausência,
disfarçado por batidas de prato e saxofone
criam o fundo de um jazz insone,
então o poeta regojiza e pede clemência,
ao mesmo tempo, num breve segundo.

A falta que sente não se justifica,
pois sabe que um ser deve bastar-se
a si próprio mas ele cede
pois ainda acredita
que sua vida seria mais rica
se sua completude bailasse
com ele, então ele pede,
fica.

Filipe Torresi Rissetto, 16/04/2017

domingo, janeiro 08, 2017

Tolice

Ainda não aprendi como não ser um tolo,
Temo pelo sei, padeço pelo acho,
Invento cenários em pencas e cachos,
Ponho asas nas idéias e nelas decolo.

Quando o ideal é se manter no chão
ou quem sabe, até mesmo no subsolo
para tentar controlar a imaginação.
Com uma alegria passageira, eu cantarolo.

Desacredito de todas as promessas
mas existem as que quero acreditar,
Daqueles momentos que nos tiram o ar.

08/01/2017

quarta-feira, janeiro 04, 2017

Beneath the surface

Eu escrever alguma coisa hoje, mas ia ser algo exatamente assim, então, tá aí.




terça-feira, janeiro 03, 2017

Dos caminhos

Nos deparamos, constantemente, com as bifurcações dos caminhos da vida,
A trilha mais longa, que transforma em homem o franzino,
A mais curta, sempre a mais sofrida,
E a mais agradável, que parece não levar a lugar algum, e nos deixa a mercê do destino.
Depois de um ponto, não se permite mais voltar.
Então ainda torço pra q a última me leve a algum lugar.


03/01/2017

segunda-feira, janeiro 02, 2017

Espera

De ti, ainda não tive o suficiente
Quero mais que alguns minutos,
Quero que o tempo seja negligente
e esqueça de passar, fique irresoluto.

Minha boca tem urgência da sua pele,
Meu corpo anseia pelas marcas que me deixa
e quando não as tem, se queixa,
temendo que sem o calor, congele.

Quero entender suas vontades,
Quero um beijo embaixo de uma tempestade,
Quero faíscas e intensidade.

Querer demais é um problema,
Pois desejo aquilo que não me pertence.
Enquanto isso me agarro a poemas,
acreditando que a espera me recompense.

02/01/2017

domingo, janeiro 01, 2017

Feliz caminho novo

Existe, para o poeta, outro caminho que não a auto-destruição?
Seja do corpo, da mente ou da emoção.
Seria porque as musas se compadecem
daqueles que pouco se importam consigo mesmos?
Pois assim, com palavras belas
podem maquiar seus esforços a esmo
de não se importar, de tentar virar o rosto
para aquilo que tentam mudar.
Dentro ou fora de si, existe um desgosto
e uma mão que impede de agir,
que prende na contemplação
e presenteia com a arte,
dá olhos que enxergam a beleza no vil,
no lúgubre, na incapacidade de ação,
no ínfimo desejo de ser mais forte...
E observam cada tristeza parecer
tão imutável quanto a própria morte.

01/01/2017

sábado, dezembro 31, 2016

Despertar

O dia leva ao fim
o que a noite traz pra mim.
Revela cantos da obscuridade da incerteza
e o ritmo & sentido da correnteza
que arrasta os incautos para a deriva,
onde toda compreensão se faz subjetiva.

31/12/2016

sexta-feira, dezembro 30, 2016

Eita

Eita, mexendo no painel do blog achei esse rascunho que antes de alterar, esqueci de ver a data, apesar de eu ter uma ideia de em que momento eu o escrevi, mesmo sendo um monte de palavras que encontram uma difícil compreensão entre si, vou deixar aqui pra usar depois.

O doce que provei
fez-se jus ao paladar de um rei.
Porém, agora sei,
até melhor, vez após vez,
torna-se maçante e esse se fez.
Com pouco arrependimento tenho que dizer,
o rompimento de meu antigo ser.
Que me perdoem as boas maneiras,
mas desejo o fechamento de algumas torneiras.

Voltei

6 anos eu demorei.
6 anos em que muito aconteceu, coisas boas e ruins que me fizeram muitas vezes deixar de lado minha individualidade e minha vontade de ser eu mesmo. Não me arrependo dos caminhos que trilhei, foram eles que me trouxeram de volta pra cá hoje e o caminho é tão importante quanto o destino, aprendi novos métodos, aprendi sobre pessoas, desaprendi um pouco das coisas que não me faziam bem e aqui estou, com a vontade de voltar a criar.
Pra começar uma nova era, minha postagem é essa, meio bêbada e sem estrutura (que é exatamente quando eu estava quando escrevi ela, foi inclusive difícil de ler a letra que escrevi à meia luz) mas com boas intenções. Tá aí:


Desculpa por ontem
Por vezes minha falta de sobriedade
Não convém
Minha romantização da realidade
É droga
Que me inebria em sua presença
Prorroga 
O vício e me algema nessa sentença
Em minha cama
Que, uma vez meu local de descanso
Clama
Por reviver memórias que alcanço
Graças aos sentidos
E doces & amargas palavras
Sussurradas ao ouvido.

Filipe Torresi Rissetto, 30/12/2016

segunda-feira, novembro 08, 2010

One love.

Não sei por onde começar,
por mais belas que sejam as palavras
elas ainda são feitas para passar
e quando forem esquecidas
ainda quero estar lá,
com meus olhos semi-cerrados,
ostentando por baixo do meu rosto enrugado
o maior sorriso que me cabe
e se se abre, é por estar ao teu lado
que tem sido minha maior alegria,
todas as outras contigo divido
e as vejo multiplicar.

Como já disse,
Não há palavra, desenho ou equação
que explique o que o fogo é;
de onde sopra o ar
ou quanto consigo te amar,
para isso, não existe acurada visão
não existe nesse mar
um capitão que conheça a direção,
são coisas que se veêm com o coração,
é só o que o meu tem feito,
ele já não bate em mim
e que continue assim,
batendo no teu peito.

10/2010

domingo, outubro 10, 2010

Não preciso.

Não uso o verbo preciso,
exceto em poucas exceções,
por exemplo quando digo:
Preciso ouvir a voz dela,
mesmo que em velhos vídeos
de quando não a conhecia;
Preciso do seu cheiro
e preciso todo dia,
mesmo que apenas um requicio
n'algum pedaço da minha cama;
Preciso sentir seu corpo,
mesmo que apenas numa lembrança,
pois meu corpo também a ama;
Preciso saber que ela me ama
e para isso enfrento não um,
mas mil homens com lanças
e venham mais, se sobrar algum;
Preciso do seu rosto
pois nada mais sacia meu gosto
e renuncio qualquer outro proposto;
Amo-a e não quero vos dizer,
aviso a ela num sorriso
porque de palavras, não preciso.

Filipe Torresi Rissetto, 10/10/2010

sábado, agosto 07, 2010

Da Estrela que ganhei.

De subito
sumiram os versos que dito
e as palavras que o céu me dava
fugiram da minha fala,
mas sabe, sei o motivo do silêncio,
Eu fiz um pedido às estrelas,
suspirei sob seus véus
sem saber se seria ouvido
e ecoou dentro do meu coração vazio
Toda solidão que me causava frio.

Pedi para ter ao alcance das mãos
a mulher que conheci em meus sonhos,
da qual fala toda minha poesia,
aquela que antes de conhecer, sempre amei.

Não sabia se tal alma realmente existia
além das utopias que sonhei,
sentei-me sobre o fardo da busca
e fui um sutil bardo sem público.

De subito, ela surgiu,
veio vestindo a luz do sol,
nos olhos queimando o fogo eterno
que brilhou e me serviu de farol
para que eu encontrasse na volta ao porto
o conforto de seu sorriso terno,
Vi meus versos em sua face
e soube que minha poesia ganhara corpo,
nome e um ciclone de sentimentos
mais toda maravilha e mais ainda.

Tudo que antes tinha no papel,
harmonia de rimas, ideais,
agora ao meu lado, sob o mesmo céu,
respiro apenas ela, nada mais,
só assim para me fazer completo.
Yin fez-se carne e espírito avassalador
levando-me prisioneiro voluntário do seu
Amor.

quarta-feira, junho 23, 2010

Would it be? Could it be?

Que é que me ocorreu naquele momento?
Quando não esperava o nascer do sol
Vi-o num semblante, iluminado
pelo brilho laranja do horizonte
e perdi-me num turbilhão de pensamentos;

Fiz-me personagem duma ficção
onde puz aquele rosto em todos os eventos;

Algemei-me a sensações
que mil Platões não saberiam explicar
em seu melhor alento.

Por não mais de um momento
contemplei-a como a última vez,
pois não soube se seria realmente.
Se bem ou mal me fez,
não sei, não sei.

Desde que ela se foi
e ficou sua voz na minha mente,
continuo meu caminho ao pôr-do-sol.
mas buscando ter novamente o gosto
de vê-lo nascer naquele rosto.

??/06/2010

terça-feira, junho 22, 2010

le ciel dans une chambre

 

 

 

 

 

 

 

 

O Céu Em Um Quarto

Quando tu estás perto de mim,
Este quarto não tem mais paredes,
Mas árvores sim, árvores infinitas,
E quando tu estás tão perto de mim,
É como se este teto,
Não existisse mais, eu vejo o céu inclinado sobre nós... que ficamos assim,
Abandonados como se,
Não houvesse mais nada, mais nada no mundo,
Eu ouço a harmônica, mas parece um órgão,
Que canta para ti e para mim,
Ali acima no céu infinito,
E para ti, e para mim

Quando estás aqui comigo
Este quarto não tem mais paredes
Mas árvores, árvores infinitas
E quando tu estás perto de mim
Este teto, violeta, não
Não existe mais, e vejo o céu sobre nós
Que permanecemos aqui, abandonados como se
Não houvesse mais nada, mais nada no mundo,
Toca a harmônica, me parece um órgão
Que canta para você e para mim
Em cima na imensidão do céu
E para você e para mim
Mmmhhhhhhh
E para você, e para mim.
mmmhhhhhh

quinta-feira, junho 17, 2010

Carta às estrelas

Carta encontrada no alto de uma torre de celular, dentro do ninho de uma ave qualquer.


















Clamo para que este pássaro detentor de minhas palavras voe alto o suficiente para que podeis receber minha carta.
Saudoso é o tempo em que os homens olhavam um céu de mistérios e em sua admiração cantavam belos mitos em vossa homenagem. Fico triste ao ver hoje as pessoas cobrindo o céu de poeira & fumaça e acreditando que sois triviais em suas vidas.
Sabeis que não compartilho idéias assim (ou qualquer outro tipo) com meus contemporâneos, vos canto com a mesma urgência dos antigos e nunca pedi nada em troca de meu culto além de vossa existência.
Vos peço agora, ouçam-me por um instante:
Vós, que os céus cobrem sempre que o véu negro da noite se levante, volteis vossas vistas para essa terra onde tão breve a vida se encerra e apontem-me a mulher que vos contempla com os mesmo olhos que eu, quero conhecer os lábios que a mim ela reserva, ouvir deles que seu amor é meu, confundir minhas realidades, juntar as metades que o mundo separou pois o tempo desta vida não joga do meu lado, o que me resta não é o bastante para dividir a eternidade deitado na grama com aquela que se ama.
Só preciso que me apontem o lugar e depois que eu a encontrar essa terra será pequena para nós dois.

sexta-feira, maio 28, 2010

Acompanhar-lhe? Não quero.

Querer sumir.
Sumir pra ser.
Ser o que?
Que tal...só?
Só sair,
Sair da vista
visto na mão,
mão na mala.
Ala dos exilados.
Exílio que nada,
nada me expulsou,
expulsei eu
seu mundo de mim.
Sim, sou inimigo, claro,
declaro-me assim.
Fim.

29/05/2010

quarta-feira, maio 26, 2010

Movimento.


Foi feliz o homem que se lançou ao mar.
Disse que queria conhecer novas paisagens.
Disse que nunca ia voltar,
e também não levou bagagens.

Sei que foi feliz pois entregou-se,
hoje as águas o embalam, nalgum lugar.
Seu corpo já não pesa,
mais leve que o vento
se fundiu às marés
e constante movimento.

Foi feliz o homem que se lançou ao mar.
Disse que nunca ia voltar.
Ele não sabia nadar, mas disse:
"Quero aprender com as ondas como dançar."

??/05/2010

segunda-feira, maio 24, 2010

Aforismos.

A parcimônia é o vício dos virtuosos, mas também é vício a preponderância. Trata os elogios a ti como devem ser tratados.