quinta-feira, dezembro 24, 2009

Mistério.


Esta folha branca na minha frente
promete estar embebida de você ao final.
Mal ela sabe sobre ti, mal ela sabe se és real,
nem eu mesmo sei o suficiente
mas é o bastante.

Quanto tempo dura este instante?
Quantos amanhãs cabem nessas almas?
Temos tempo, tenhamos calma.
Temos almas e todo Tempo haverá de ser tempo.

Esconde-te ainda atrás desta janela mal iluminada,
só que este céu no teu teto
invade o alvorecer do meu dia,
eu o recebo de braços abertos
e sei que não falta mais Nada.

Tento saber deste algo que enfrento,
a resposta, escondida numa urna
me impele a pular neste mar.
Eu quero mesmo é me molhar
nestas águas ainda turvas.

Filipe Torresi Rissetto, 24/12/2009

quarta-feira, dezembro 23, 2009

Nesta noite.

Perdi-me nos labirintos dessa noite.
Por acaso, por um golpe de sorte
encontrei o caminho em teu rosto
que, esta noite, fez lua sair de seu posto.

Nesta noite,
encontrei nestes olhos teus
todas as graças de Morfeu
como que translucidas pelas brumas
de árvores noturnas,
habitadas de sombras que dançam
ao redor do calor de qualquer fogueira
que se escondem e depois avançam
formando toda essa mística atmosfera,
transformando o que esta noite era.

Filipe Torresi Rissetto, 23/12/2009

segunda-feira, dezembro 21, 2009

Fuga.


Estranho cinza...
Estranho essa dor me perseguir ainda.
Eu deveria me abrigar dessa chuva,
Fugir do frio desse vento,
fugir desse veneno lento
mas em cada caminho,
em cada copo de vinho,
não encontro o esquecimento,
e sinto falta lá de fora.

Ainda estão lá, jogados no chão,
fragmentos do meu coração
que recupero, enquanto escrevo nessa folha molhada,
as poesias que me reviverão.

Hei de encontrar, nesses devaneios,
em uma tarde qualquer,
aquilo que minha alma quer.
O segredo desses meus anseios.

Filipe Torresi Rissetto, 21/12/2009

quarta-feira, dezembro 16, 2009

A chuva e os acordes da música.



A chuva e os acordes da música,
já tão comuns em minha melancolia,
fazem eu querer ser uma gota que cai
ou uma nota em qualquer sintonia.
Queria...
Ser som, me esconder nalgum vão grave ou agudo
e não mais fazer o que eu antes fazia.
Queria...
Não ser quem hoje sou. Queria ser som.
O barulho do trovão, uma serenata à lua,
ser a melodia que agrada o mundo,
A melodia...
que faz com que o sangue nos teus corações
Flua...


Filipe Torresi Rissetto, 17/12/2009

Real.

Ando por esta rua asfaltada
e não fosse a luz dos postes,
poderia vez as montanhas cobertas de bosques
a desaparecer no horizonte.

Aqui começou a chover
e os raios caem, não importa onde,
mas iluminam a paisagem ao longe
para que eu possa ver as montanhas,
para que eu possa ver as árvores em seu agitado balanço,
abandono meu pudores e com elas danço.
Danço sob as soturnas sombras,
danço a chuva, danço os raios,
danço a natureza e suas obras,
danço a canção que compus
e só o faço porque enxerguei além dos postes de luz.

Filipe Torresi Rissetto, 12/2009

O Cego e o Sábio.

Certa vez o Sábio dos Bosques encontrou um homem cego que se lamentava por não poder enxergar.
-Qual o motivo das tuas lágrimas, homem? - Ele perguntou.
-Choro porque não posso enxergar a beleza do mundo.
O Sábio respondeu imediatamente:
-Você sabe dizer onde estamos?
-Estamos numa floresta.
-Como você pode isso se é cego?
-Sei pois ouço o cantar des passáros, o farfalhar das folhas, sinto as árvores com minhas mãos e seu cheiro com meu nariz, sei que piso sobre grama e raízes que fojem da terra...
-Pois então! Está rodeado da mesma beleza que eu e sabe dela tão bem quanto eu! A beleza das coisas não está nelas, está em nós, dentro de nossas mentes, nós a criamos.
-Mas como eu saberei que algo que eu acho belo realmente o é?
-Se você acha algo belo então ele o é realmente, que diferença a beleza visual das coisas faria à você, que não pode vê-las? Aproveita-as como pode!
O homem se foi e levou consigo estas palavras, então ele estava curado.

quinta-feira, dezembro 10, 2009

Insônia.

Pois é, não consegui dormir, nem mesmo fazendo corujão de filmes de terror trash.
Mas, na verdade, fico até feliz, porque ter ficado acordado foi produtivo.
Já faz tempo que não posto e tenho escrito raramente nos últimos tempos. Eu estava fora de mim, o que deixou meu corpo estancado no ócio e na inebriação. Não sei bem onde fui, mas sei que voltei, e me sinto maior... agora tenho força pra enfrentar demônios maiores.

Gênese.

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