quarta-feira, novembro 04, 2009

A Rua e Eu.




Só a Rua e eu hoje.
Meus passos parecem ecoar por todo o mundo.
Cada beco parece tão profundo.
Cada gato vadio ao aparecer foje.
Só eu e a Rua hoje.
Poucos habitam essa realidade.
Pode-se ouvir o ganido de cães esquecidos,
vejo um pouco de mim neles, e passo
e meus passos ainda ecoam, só por mim percebidos,
Só por mim e pela Rua,
Rua que me conhece melhor que muitos,
Rua que conheço nua.
Nos postes e paredes manifestos falam à mim,
exigem que eu fuja da alienação,
eu mesmo tenho minha parte aqui,
rabisquei meu coração em algumas passagens,
mas minhas passagens são pouco notadas.
Essas pessoas que andam de dia, sempre ocupadas...
Ando por aqui e vejo cada detalhe,
aqui é a realidade que começa quando todos se vão
e desvanesce pela manhã, com o primeiro ônibus lotado.
Sou o amante da cidade pela madrugada,
e vivo aqui, deste lado,
quando me despeço de minha amada,
espero no fim do dia, sua nova chegada.

Filipe Torresi Rissetto, 04/11/2009

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