sábado, janeiro 23, 2010

Menestrel.




Somente quando a razão morrer
é que poderei ser real.
Quando puder navegar na aurora boreal
com meu barquinho de papel
onde escrevi os meus desejos
em desenhos dos quais já me esqueci,
e selei-o com um beijo
para levantar as velas
sem saber se irá cair.

Quando a distância
não for de qualquer relevância
e ao atravessar uma janela,
logo estarei em uma parte
das colinas de marte.

Quando a maçã der vida as marionetes
pois, mal sabem os sete que tocam as trombetas
que as asas das borboletas são armas de guerra
mas elas não batem aqui,
batem do outro lado da Terra.

A razão entende as coisas mal,
não é nada pessoal,
só acho que não faz sentido,
é o que vento disse quando o ouvi em meu ouvido.

Aquele que me vê em pé neste palanque
e sabe das palavras que vos falo,
peço que por favor se levante
e, como eu vista seu coração
pois voamos na mesma direção.

Menestrel do(pelo) Caos Ontológico, 23/01/2010

sexta-feira, janeiro 22, 2010

Um antigo.

De 2008, não lembro bem a data, não encontrei.

Carta

Sabe, quando estou contigo,
por mais que eu tente não consigo
dizer tudo o que sinto.
As músicas de amor soam indiferentes,
acho que as palavras não são suficientes,
às vezes, acho que nem o universo é.
Tantos astros, planetas e nada,
nada é tão quente como ter você ao meu lado.
Na verdade, acho a vida curta demais
para gastar todo esse amor.
O tempo vai gastando o pavil
e antes desse amor acabar,
seria necessário essa vida e outras mil!
Mas isso para ti não é problema algum
pois essa sua beleza que se estabelece
nesse corpo humano, frágil, comum, tangível,
é digna das mais belas estrelas,
e, afinal, estrelas não são eternas?

Filipe Torresi Rissetto, 2008

quarta-feira, janeiro 20, 2010

A Pena azul.



-Mais uma, por favor.
Desce o copo de whyskie no balcão.
-É meu velho, isso já está se tornando um hábito.
O barman acena que sim com a cabeça, um tanto alheio à
qualquer acontecimento que não seja o pano secando o
copo.
Já era a terceira vez que Brian parava nesse bar essa
semana, morava sozinho e não tinha pra quem correr à
noite.
Pagou a conta e saiu. Acendeu o cigarro com o fósforo
que brigou um pouco com o vento e se foi pela rua. Nos
atalhos entre um beco e outro percebeu uma
movimentação estranha, algo que voou pra trás de uma
lixeira.
-Ah, um morcego!
A curiosidade fez que ele fosse dar uma olhada,
procurar um pouco de ação nessa noite, nem q só um
susto pra acelerar os batimentos cardíacos, para assim
lembrar que ainda existe um Coração dentro do peito.
Nada de morcego... Uma Pluma azul no chão.
-Uma pena? Que tipo de pássaro estaria por aqui uma
hora dessas?
Ele levou a pena, se entreteve em pensar sobre ela
pelo resto do caminho.
Abriu a porta e entrou em casa, um suspiro.
-De volta a rotina...
Ele deixa a pena em cima da mesa e deita no sofá. Na
Tv, corujão de drama.
-Hahahaha, é, eu já estava com sono mesmo.
Dez minutos foram o suficiente pra se ouvir roncos.
Não muito tempo de sono depois ele acorda com uma
incômoda coceira no nariz.
-Inferno de gripe volt...
Antes de terminar, seus olhos recém abertos topam com
algo que só pdoeria ter saído dos seus sonhos.
Uma mulher de aproximadamente 30 cm de altura, vestida
com panos verdes de un tom musgo, cabelo azul celeste,
com mechas mais escuras, traços no rosto tão exóticos
e tão belos que fizeram com que demorasse um tempo
antes de Brian notar as asas, com vários tons de azul
que pareciam brilhar, ela segurava a pena que ele
encontrou na rua enquanto soltava risinhos que se
escondiam atrás da sua mão.
-Olá!-Ela disse
Brian estupefacto arregalou os olhos e achou
impossível aquilo tudo, aquilo ia além de qualquer
Extremo em que ele jamais havia pensado que a
realidade podia chegar.
-Te vi no beco e acabei te seguindo, vim pra conversar
contigo.
-O que é você?-Brian engasgou.
-Você tem café?
-Café? Você bebe café?
- É pra você, bobinho.-Novos risos que correram pra
trás dos dedos compridos.
Aquela foi uma noite curta para Brian, mas a única que
realmente podia se chamar de noite em muito tempo. E
que noite.

Filipe Torresi Rissetto, 21/01/2010

A manhã nunca veio.



Na minha janela, mais uma vez o sol.
Debaixo do meu lençol, nada dela.

Só a última brisa fria
que sobrou dessa madrugada.
Ainda sinto os traços
de que estiveste comigo,
ainda sinto o calor dos teus abraços
e teu cheiro de flores
acalmando minhas dores,
e lembro do teu rosto risonho
que fugiu dos meus olhos abertos
pra me dizer que era tudo um sonho.

Filipe Torresi Rissetto, 20/01/2010

terça-feira, janeiro 19, 2010

Enigma.



Quem sou eu?
Me fiz essa pergunta
e na interrogação ela morreu.

Procurei a resposta em meu passado,
mas lá existem apenas eventos finados,
sem uma resposta sequer...

Descobri, na verdade, lá fora
quem realmente sou agora
e caiu como uma luva.

Enquanto andei na chuva
ouvi ela dizer:
"O Caos a arder..."

Filipe Torresi Rissetto, 19/01/2010

sexta-feira, janeiro 15, 2010

Dream Theater - Forsaken

Não consegui postar o vídeo ¬¬ Segue o link:

http://www.youtube.com/watch?v=C7oH6Ku27Us


For a while
I thought I fell asleep
Lying motionless inside a dream

Then rising suddenly
I felt a chilling breath upon me
She softly whispered in my ear

Forsaken
I have come for you tonight
Awaken
Look into my eyes and take my hand
Give yourself up to me

I waited painfully
For night to fall again
Trying to silence the fear within me

Out of an ivory mist
I felt a stinging kiss
And saw a crimson stain on her lips

I have to know your name
Where have I seen your face before?
My dear one don't you be afraid

Forsaken
I have come for you tonight
Awaken
Look into my eyes and take my hand
Give yourself up to me

Take me far away
Close your eyes
And hold your breath
To the ends of the earth

Forsaken
I have come for you tonight
Awaken
Look in my eyes and take my hand

Forsaken
Fly away with me tonight
Awaken
Renew my life
Now you are mine
Give yourself up to me

quinta-feira, janeiro 14, 2010

Os Astros.



Atenção!
Não confundam essas gotas que caem do céu
e inundam as sarjetas com simples precipitação,
Essas são as lágrimas do sol
que deixou seu coração em rimas noturnas,
sob a luz da Lua, a única que sempre amou.

-Ah! Sol, tolo Sol!
Não pensaste antes de jurar teu amor?
Antes de querer unir duas vidas tão distantes?

-Não precisei, nunca tive dúvidas.
Sei minhas lágrimas doídas
secarão todas quando chegar meu sorriso
por ter encontrado minha amada num paraíso divino,
qualquer dia desses, em alguma curva
do destino...


Filipe Torresi Rissetto, 15/01/2010

sexta-feira, janeiro 08, 2010

Vermelho, linha & transparente.




Ando vivendo uma vida um tanto quanto transparente aos olhos da maioria
das pessoas. Mas esse negócio de busca por uma realidade já é tão
ultrapassado, aliás, a maioria das pessoas vive sem nem se preocupar
com isso. Eu não me preocupo, mas sei bem atrás de que véu estou, o
resto é saber demais.
Não quero saber desse mundo cinza que todos dividem e mesmo assim parecem estar sozinhos, com o olhar vazio... Minha realidade é verde & roxa & azul & vermelha &
amarela, minha realidade é multicolorida, multidimensional &
Inexistente, o que me deixa fazer dela o que eu quiser, pinto com todas
as cores, canto todas as músicas, bagunço as linhas que os deuses
desenharam nos céus...
Maçã deliciosa aquela dourada.

quinta-feira, janeiro 07, 2010

Entre a Lua e as Árvores.



Formas alvas dançam na escuridão em meus sonhos.
Por entre os galhos que rangem tristonhos
vem a luz da Lua visitar o chão
para ouvir as Árvores em sua noturna canção.

Que a noite, neste momento as reúna,
Que seus espíritos voem juntos no vento
e que seja infinito o tempo
enquanto não vem o dia,
que haja apenas a magia.

No cheiro das flores nesses ares,
Nos feixes de luz nua
Se sente o amor da Lua pelas Árvores,
Se sente o amor das Árvores pela Lua.

Filipe Torresi Rissetto, 07/01/2010

sábado, janeiro 02, 2010

Carta #3

Por todos esses dias,
nessa paz onde vim buscar abrigo,
posso dizer que estiveste comigo,
em cada lugar, em todas as melodias.

Enquanto estive nos bosques
e saciava de minha Harmonia a sede,
Você foi todo esse verde
que me cercou e renovou minha mente.

Enquanto observava o horizonte,
sentado sobre as pedras nas colinas,
Você foi o pássaro no alto céu
que sumia em meio às nuvens albinas.

Enquanto a noite cobriu-me com seu véu
e as estrelas pintavama abóbada celeste,
Você foi a lua, onde imaginei ver
um olhar que ali não existe.

Enquanto o vento trazia as brumas geladas
que pareciam entorpecer os sentidos,
era Você quem sussurrava em meus ouvidos:
"Você acredita em Fadas?"

Filipe Torresi Rissetto, 12/2009

Carta #2

Por que lugares caminha?
Que lingua fala o chão em que você tem pisado? Quais as cores do céu sobre ti? Qual o segredo das árvores cujo as sombras servem-lhe de descanso?
Aqui as coisas todas são tão belas, gostaria que você pudesse enxergar através de meus olhos que sondam essas paisagens tentando decifrá-las e, quem sabe, encontrar-lhe secreta em alguma beleza dessa terra ou algum simples prazer enquanto caminho por entre o verde.

Saudades do teu olhar...



Filipe Torresi Rissetto, 12/2009

Carta #1

Como vai, minha bela?
Hoje pela tarde abateu-me uma dúvida: Você, que já está na lua tanto quanto seu próprio brilho, está também na água?
É incrível como sempre te encontro lá e na chuva que cai sobre essas planices todas, como as nuvens te trazem nestas águas, molhando meus braços abertos que se erguem em direção ao céu...Que tocam seu rosto nas gotas de chuva enquanto as nuvens falam a língua dos sábios e a água que toca meu rosto, faz com que eu beije teus lábios.

Filipe Torresi Rissetto, 12/2009