segunda-feira, novembro 08, 2010

One love.

Não sei por onde começar,
por mais belas que sejam as palavras
elas ainda são feitas para passar
e quando forem esquecidas
ainda quero estar lá,
com meus olhos semi-cerrados,
ostentando por baixo do meu rosto enrugado
o maior sorriso que me cabe
e se se abre, é por estar ao teu lado
que tem sido minha maior alegria,
todas as outras contigo divido
e as vejo multiplicar.

Como já disse,
Não há palavra, desenho ou equação
que explique o que o fogo é;
de onde sopra o ar
ou quanto consigo te amar,
para isso, não existe acurada visão
não existe nesse mar
um capitão que conheça a direção,
são coisas que se veêm com o coração,
é só o que o meu tem feito,
ele já não bate em mim
e que continue assim,
batendo no teu peito.

10/2010

domingo, outubro 10, 2010

Não preciso.

Não uso o verbo preciso,
exceto em poucas exceções,
por exemplo quando digo:
Preciso ouvir a voz dela,
mesmo que em velhos vídeos
de quando não a conhecia;
Preciso do seu cheiro
e preciso todo dia,
mesmo que apenas um requicio
n'algum pedaço da minha cama;
Preciso sentir seu corpo,
mesmo que apenas numa lembrança,
pois meu corpo também a ama;
Preciso saber que ela me ama
e para isso enfrento não um,
mas mil homens com lanças
e venham mais, se sobrar algum;
Preciso do seu rosto
pois nada mais sacia meu gosto
e renuncio qualquer outro proposto;
Amo-a e não quero vos dizer,
aviso a ela num sorriso
porque de palavras, não preciso.

Filipe Torresi Rissetto, 10/10/2010

sábado, agosto 07, 2010

Da Estrela que ganhei.

De subito
sumiram os versos que dito
e as palavras que o céu me dava
fugiram da minha fala,
mas sabe, sei o motivo do silêncio,
Eu fiz um pedido às estrelas,
suspirei sob seus véus
sem saber se seria ouvido
e ecoou dentro do meu coração vazio
Toda solidão que me causava frio.

Pedi para ter ao alcance das mãos
a mulher que conheci em meus sonhos,
da qual fala toda minha poesia,
aquela que antes de conhecer, sempre amei.

Não sabia se tal alma realmente existia
além das utopias que sonhei,
sentei-me sobre o fardo da busca
e fui um sutil bardo sem público.

De subito, ela surgiu,
veio vestindo a luz do sol,
nos olhos queimando o fogo eterno
que brilhou e me serviu de farol
para que eu encontrasse na volta ao porto
o conforto de seu sorriso terno,
Vi meus versos em sua face
e soube que minha poesia ganhara corpo,
nome e um ciclone de sentimentos
mais toda maravilha e mais ainda.

Tudo que antes tinha no papel,
harmonia de rimas, ideais,
agora ao meu lado, sob o mesmo céu,
respiro apenas ela, nada mais,
só assim para me fazer completo.
Yin fez-se carne e espírito avassalador
levando-me prisioneiro voluntário do seu
Amor.

quarta-feira, junho 23, 2010

Would it be? Could it be?

Que é que me ocorreu naquele momento?
Quando não esperava o nascer do sol
Vi-o num semblante, iluminado
pelo brilho laranja do horizonte
e perdi-me num turbilhão de pensamentos;

Fiz-me personagem duma ficção
onde puz aquele rosto em todos os eventos;

Algemei-me a sensações
que mil Platões não saberiam explicar
em seu melhor alento.

Por não mais de um momento
contemplei-a como a última vez,
pois não soube se seria realmente.
Se bem ou mal me fez,
não sei, não sei.

Desde que ela se foi
e ficou sua voz na minha mente,
continuo meu caminho ao pôr-do-sol.
mas buscando ter novamente o gosto
de vê-lo nascer naquele rosto.

??/06/2010

terça-feira, junho 22, 2010

le ciel dans une chambre

 

 

 

 

 

 

 

 

O Céu Em Um Quarto

Quando tu estás perto de mim,
Este quarto não tem mais paredes,
Mas árvores sim, árvores infinitas,
E quando tu estás tão perto de mim,
É como se este teto,
Não existisse mais, eu vejo o céu inclinado sobre nós... que ficamos assim,
Abandonados como se,
Não houvesse mais nada, mais nada no mundo,
Eu ouço a harmônica, mas parece um órgão,
Que canta para ti e para mim,
Ali acima no céu infinito,
E para ti, e para mim

Quando estás aqui comigo
Este quarto não tem mais paredes
Mas árvores, árvores infinitas
E quando tu estás perto de mim
Este teto, violeta, não
Não existe mais, e vejo o céu sobre nós
Que permanecemos aqui, abandonados como se
Não houvesse mais nada, mais nada no mundo,
Toca a harmônica, me parece um órgão
Que canta para você e para mim
Em cima na imensidão do céu
E para você e para mim
Mmmhhhhhhh
E para você, e para mim.
mmmhhhhhh

quinta-feira, junho 17, 2010

Carta às estrelas

Carta encontrada no alto de uma torre de celular, dentro do ninho de uma ave qualquer.


















Clamo para que este pássaro detentor de minhas palavras voe alto o suficiente para que podeis receber minha carta.
Saudoso é o tempo em que os homens olhavam um céu de mistérios e em sua admiração cantavam belos mitos em vossa homenagem. Fico triste ao ver hoje as pessoas cobrindo o céu de poeira & fumaça e acreditando que sois triviais em suas vidas.
Sabeis que não compartilho idéias assim (ou qualquer outro tipo) com meus contemporâneos, vos canto com a mesma urgência dos antigos e nunca pedi nada em troca de meu culto além de vossa existência.
Vos peço agora, ouçam-me por um instante:
Vós, que os céus cobrem sempre que o véu negro da noite se levante, volteis vossas vistas para essa terra onde tão breve a vida se encerra e apontem-me a mulher que vos contempla com os mesmo olhos que eu, quero conhecer os lábios que a mim ela reserva, ouvir deles que seu amor é meu, confundir minhas realidades, juntar as metades que o mundo separou pois o tempo desta vida não joga do meu lado, o que me resta não é o bastante para dividir a eternidade deitado na grama com aquela que se ama.
Só preciso que me apontem o lugar e depois que eu a encontrar essa terra será pequena para nós dois.

sexta-feira, maio 28, 2010

Acompanhar-lhe? Não quero.

Querer sumir.
Sumir pra ser.
Ser o que?
Que tal...só?
Só sair,
Sair da vista
visto na mão,
mão na mala.
Ala dos exilados.
Exílio que nada,
nada me expulsou,
expulsei eu
seu mundo de mim.
Sim, sou inimigo, claro,
declaro-me assim.
Fim.

29/05/2010

quarta-feira, maio 26, 2010

Movimento.


Foi feliz o homem que se lançou ao mar.
Disse que queria conhecer novas paisagens.
Disse que nunca ia voltar,
e também não levou bagagens.

Sei que foi feliz pois entregou-se,
hoje as águas o embalam, nalgum lugar.
Seu corpo já não pesa,
mais leve que o vento
se fundiu às marés
e constante movimento.

Foi feliz o homem que se lançou ao mar.
Disse que nunca ia voltar.
Ele não sabia nadar, mas disse:
"Quero aprender com as ondas como dançar."

??/05/2010

segunda-feira, maio 24, 2010

Aforismos.

A parcimônia é o vício dos virtuosos, mas também é vício a preponderância. Trata os elogios a ti como devem ser tratados.

sexta-feira, maio 21, 2010

Morosofia!

Para os sábios-loucos de todos os cantos:

http://aifosorom.blogspot.com/

Bem vindos à Moria.

quinta-feira, maio 20, 2010

Selo do Sorriso.

Recebi um presente:










Ganhei este selo da Flor, agradeço pelo mesmo, por esse atestado de que meu objetivo com esse blog se concretiza.


Existem algumas regrinhas, que copiei do blog dela para ficar mais fácil:

- Tenho que postá-lo em meu blog;
- Dizer 2 coisas que me fazem sorrir;
- Dizer 1 coisa que me faz sorrir sobre o blog do qual recebi o selo;
- Indicar o selo para 5 a 20 blogs e avisá-los.



Bom comecemos, duas coisas que me fazem sorrir:
Fazer os outros sorrirem.
Falar comigo mesmo.

E uma coisa que me faz sorrir sobre o blog da Flor é ver como concordo plenamente com praticamente tudo que ela escreve em seu blog. :D

Os blogs com os quais sorrio:
http://casa-de-nana.blogspot.com/
http://ritaapoena.blogspot.com/
http://vanluchi.blogspot.com/
http://tremdalira.blogspot.com/
http://aleatoriedadesnatalisticas.blogspot.com/
http://agorapodeler.blogspot.com/

Bons Ventos!

segunda-feira, maio 17, 2010

Humanos, já não pertenço ao vosso mundo.

Minha cabeça já não funciona direito,
de propósito, esqueci o que é a razão.

Minha cabeça está em funcionamento perfeito
pois aprendi a ouvir meu coração.

Meus pés já não pisam sobre o chão,
é nas estrelas que tenho caminhado.

Não me encontrarás mais pelas ruas,
sou um habitante do outro lado,
Onde dançam ninfas e fadas nuas.

Apenas maravilhas em meus olhos
e formas que criei em meus sonhos,
em meus devaneios profundos,
Pois aqui, neste mundo,
só estamos acordados
com os olhos fechados.

17/05/2010

quarta-feira, maio 12, 2010

São em tempos difíceis que nascem os sonhadores.

Procurei essa frase e não encontrei em lugar nenhum.
"São tempos difíceis para sonhadores" Sim, esse sim eu encontrei.
Sonhador é aquele que almeja suas fantasias, que se não pode alcançá-las, pelo menos vive nelas, poderíamos dizer que sonhadores são utopistas e fantasistas.
Criam fantasias aqueles que querem algo além da realidade, pois ela não basta ou não agrada.
A realidade sempre foi dura com os sonhadores, mas a ela é dura com todos as pessoas, pode se dizer que ela é como uma prisão de segurança máxima camuflada na "Vida de Trumam".
Os sonhadores nascem quando percebem que os muros que os rodeiam, a realidade, a razão, não são sua proteção, mas sua prisão, então começa a fuga.
São sonhadores aqueles que olham pro céu à noite e sabem que as estrelas não são só bolas de fogo no vazio, que não são belas só por serem estéticas; São sonhadores aqueles que sentem a chuva, mesmo quando não se molham; São sonhadores aqueles que riem quando o celular cai na privada, porque um celular não significa nada, nem o dinheiro, nem o que pensam de ti, nem o que querem que faça pois existem coisas muito mais valiosas que tudo isso, e eles amam muito tudo aquilo!
Certos sonhadores passam a vida toda preparando intrincados planos pra fugir desses muros, achando que todo cuidado é pouco mas são sempre pegos com a "boca na botija".
Outros, pensando que conseguem pular os muros acabam sendo derrubados pelos mesmos e machucados pela queda, não voltam a tentar.
Vos digos que entre muitos sonhadores mal-sucedidos na fuga, temos aqueles que conseguem escapar e o fazem porque percebem que tudo que se precisa é uma colher, alimentada pela vontade inabalável de sair e a crença que o túnel que cava chegará até o outro lado do muro.

Faço desta uma carta a todos os presidiários.
Vós que ainda não sairam, difundam a mensagem, pois ela traz palavras que não pertencem só a mim, elas pertencem a todos vocês, todos somos sonhadores, só falta à alguns abraçarem seus sonhos.
Boa sorte! E quando estiverem difundindo a mensagem, tenham a certeza de também difundirem colheres.

terça-feira, maio 11, 2010

A Arte da Vida.

Amor é a Arte.


A mulher que dorme ao meu lado,
aquela com quem sonho todas as noites,
parece ter me abandonado.

Ela, junção de tudo que me é perfeito
parece tê-lo feito
para me mostrar que não é real,
que não terei minha mulher ideal.

"Faz parte da vida" Deveis pensar,
de fato, ela é a grande culpada.
A Vida precisa Arte
e um poeta, para ser grande, precisa sofrer.

Mas não sou um grande poeta,
talvez nem queira ser
se isso acompanhar a solidão.

Só quero um amor que me tire a respiração.

11/05/2010.

sexta-feira, maio 07, 2010

Bandolins - Oswaldo Montenegro



Como fosse um par que
Nessa valsa triste
Se desenvolvesse
Ao som dos Bandolins...

E como não?
E por que não dizer
Que o mundo respirava mais
Se ela apertava assim
Seu colo como
Se não fosse um tempo
Em que já fosse impróprio
Se dançar assim

Ela teimou e enfrentou
O mundo
Se rodopiando ao som
Dos bandolins...

Como fosse um lar
Seu corpo a valsa triste
Iluminava e a noite
Caminhava assim

E como um par
O vento e a madrugada
Iluminavam a fada
Do meu botequim...

Valsando como valsa
Uma criança
Que entra na roda
A noite tá no fim

Ela valsando
Só na madrugada
Se julgando amada
Ao som dos Bandolins...

terça-feira, maio 04, 2010

"A destruição foi minha Beatriz"

Fomos falhas, e fim.
Falhas excepcionais,
mas falhas ainda assim.

Com problemas linguisticos,
e emocionais.
Formais e informais.

Aliás, formar formalidade
forma mais falhas ainda.

Reforma mental é o que falta.
Nahhh! Evolução é transgressão.
Hum... Quem sabe uma... Regressão?

Nahhh! Nenhuma possibilidade...
O negócio é fugir das cidades,
pra ouvir os ecos da Terra
e não os dos becos.

Veja bem, a vida não erra.
Uma babilônia jã não bastou?
Com passo de formiga e sem vontade
a humanidade caminha pra um futuro
onde eu não estou.

Sai num tapete flutuante
rumo aos campos siderais,
afundar as filosofias
de tolos espaciais.

Se perguntarem por mim,
diz que fui ali e já volto.

Mas se puder,
Não volto.

05/05/2010

segunda-feira, maio 03, 2010

Meu amor é feito de cantigas.

Nenhum inferno pode segurar
o amor de um coração forte,
para tal não existe morte,
quando a carne encontra seu fim,
permace o mesmo no ar,
se divide em sete, quatorze, vinte e um,
antes de voltar para aljava do querubim.

Escuta-me, anjo difusor do amor!
Com tua flecha atravesses meu peito,
despertes em mim alguma paixão incomum
pela qual eu não meça meus feitos!
Pela qual eu busque olhares perfeitos,
sem fresta por onde escape detalhe algum
e que possa oferecer coisas que não se podem ver
pois ouro e prata são pedras antigas,
meu amor é feito de carinhos, atenção,
de melodias cantaroladas ao Pôr do sol.
Meu amor é feito de cantigas.

04/04/2010

domingo, maio 02, 2010

Lasciate ogni speranza voi c'entrate.





Na fumaça de um cigarro
Queima a angústia que me rasga o ser,
Que cria um abismo além do horizonte
e silencia meu ouvidos.

Só ouço meu pigarro sobre o Aqueronte.
O barqueiro abaixa a fronte,
Rumo à torre dos amores não vividos.

Ansiedade.
Onde se chega, quando não há pra onde ir?
Mas, que pode ser pior que a imobilidade?
Ainda existe, pra minh'alma, uma salvação?
Ainda existe, no meu peito, um coração?

Parece o caminho para casa,
em minha indecisão, penso
estar a caminho de onde realmente pertenço.

Nenhuma Beatriz me trará a piedade em suas asas
mas não carrego nos olhos lágrimas,
Carrego apenas meus versos, minhas rimas,
Elas são o que sou, carregarei-as até o fim.

Boa sorte para mim.

O cigarro acabou.

02/05/2010

segunda-feira, abril 26, 2010

May it be.


In my nocturnal Dream Caravan
she still mystically dancing
over the dark sea surface,
but this time, i don't see her face,

Where does she look at?
All of a sudden, she disapears,
a part of me she took, so all fears
made my love become my pain,
Now, some of them still remain.

Although I know where she is,
I shall stay here in the mounds
for she is in peace were she lays,
in the sky, between clouds.

27/04/2010

Take your shot.

There is no home,
no place where roads will take.
You have your own way to make.

The secret is never look back,
the past is dead and gone,
and there is no return, in fact.

Your alone, shed no tears for that.
No one walks with you, in time you'll find,
may they watch from behind.

Walk by your own steps,
Be not afraid of making mistakes
for only one is possible to make:
In your heart never trust,
He is true over all the odds.
He is the part of us
were we can find the Gods.

Listen to your Heart,
Make your own path,
Fear nothing,
Keep walking,
Take your shot,
It is the only chance you got.


26/04/2010


Be Happy

Bons Ventos à todos!

sexta-feira, abril 23, 2010

Untitled.

Anjo que me inspira,
canta-me por favor,
as canções que em tuas terras
ouvira.

Jura-me cantá-las por toda vida
e minha mente, já aturdida,
haverá de se perder em encantos sem fim
que encontrei em teus olhos
ao olharem pra mim.

Ah! Amor que me intriga!
Me prende em labirintos com tuas cantigas.
Sou apenas poeta, ando no chão
e Anjos voam tão alto...
Mas os sentimentos nunca foram sensatos,
foi a ti que se entregou meu coração.

??/02/2010

Brilho nos Céus.



Palavras brilham no escuro,
ouvi dizer.

Eu, poeta, em cada movimento que realizo
abro no céu uma fenda ou furo
por onde se pode ver
um clarão preciso,
é o brilho do Paraíso,
de onde os Deuses, em plena realização
demonstram sua gratidão
pelos versos que lhes prestam adoração.

14/04/2010

quarta-feira, abril 21, 2010

Batalha




Nos campos de batalha do amor
Tenho sido há muito um legionário,
Oferecendo-lhe a dor de minhas feridas.

Nessa batalha, sou guerreiro e missionário,
e quantas vezes a ela entreguei minha vida!
No vento, o cheiro de ilusões vencidas
emana de minhas batalhas perdidas,
e as batidas do meu coração
há muito langorosas, choram uma canção,
que ecoa no deserto pra onde os mortos vão.

Inerte, o corpo definha,
espera a salvação na ponta da espada
que a aceitação desembainha,
mas a alma continua a lutar
mesmo sabendo q uma hora poderá errar.

21/04/2010

segunda-feira, abril 19, 2010

Escolha.

Nunca desejei saber de meus Sonhos a verdade.

Caminho em realidades alternativas
e meus métodos não-ortodoxos
preferem intrincadis mitos
à passos monótonos.

Meu destino é o Infinito
e antes que a morte me alcance
descobrirei que Deus
é apenas mais um de meus Eus.



14/04/2010

sexta-feira, abril 16, 2010

Prisioneiro de mim mesmo

No topo das colinas
sou prisioneiro de mim mesmo.
Vago em círculos, à esmo
e já vi doze sóis em seus ciclos.

O vento que vem aqui bater
Rasga meu já oco coração,
bate meu remorso então,
pelo que fiz ou deixei de fazer.

Permaço em pé às portas do inverno,
esperando que o fim do outono,
assim como meu erros irreparáveis,
não seja eterno
e quando brotarem as flores afáveis,
que elas me sirvam de alento
fazendo do passado esquecimento,
e tornando meus rancores inotáveis.

13/04/2010

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Inconstância - Flobela Espanca

Procurei o amor, que me mentiu.
Pedi à vida mais do que ela dava;
Eterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu!

Tanto clarão nas trevas refulgiu,
E tanto beijo a boca me queimava!
E era o sol que os longes deslumbrava
Igual a tanto sol que me fugiu!

Passei a vida a amar e a esquecer…
Atrás do sol dum dia outro a aquecer
As brumas dos atalhos por onde ando…

E este amor que assim me vai fugindo
É igual a outro amor que vai surgindo,
Que há-de partir também… nem eu sei quando…

Florbela Espanca - A mensageira das violetas

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Lenta dor, doce luar.

O frio no quarto, de onde vem?
Parece me cortar em dois pedaços.

De carona com o vento
vem chegando a solidão,
em tristes e lentos passos,
mas dessa vez, eu não abri a porta.

Distraio-me com um item na parede,
um quadro que me reconforta,
que leva minha cabeça a lua
depois a traz de volta,
e a solidão não mais importa.

Penso que todo sofrimento
que meu coração suporta
é apenas um truque do tempo
que está lá uma hora
e depois já não está mais.

Penso que para encontrar minha paz,
não a devo procurar fora, mas dentro de mim.

terça-feira, fevereiro 16, 2010

Running Wild Somewhere Anywhere

Buscador
Onírico de
Bombas caóticas
Ontológicas


L ugares
I nvisíveis
N adam em
D iscórdia ou
O rdem?


I sso é
S ó o que
S ou, em parte
O u por completo


D o momento.
E ntão
P asso a
E ntender o que é o
N ada e,
D e repente
E u o sou.

sábado, fevereiro 13, 2010

Equilíbrio.




A Fluência do corpo ao cruzar o espaço é Arte em movimento, espontânea, sem precedentes nem sucessão, poesia de Segundos.

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Untitled.




Ainda temo essa estrada,
e mantenho a mais lenta passada.
Meus pés, já todos sujos de barro
(pois há muito fugi do asfalto)
continuam por esse caminho
em que alguns encontram amores
mas na história que eu hoje narro,
o chão não tem cores,
elas fugiram todas para o alto
enquanto esperam o amanhecer que nunca veio.

Tomo o leite do seio do meu medo,
esse leite azedo que me enche de receio
é só o que tenho para preparar meus remendos
e encontrar a luz que tanto preciso
para retomar meu juízo,
para encontrar as cores que, creio,
se escondem num amor que ainda não veio.

01/02/2010

sábado, janeiro 23, 2010

Menestrel.




Somente quando a razão morrer
é que poderei ser real.
Quando puder navegar na aurora boreal
com meu barquinho de papel
onde escrevi os meus desejos
em desenhos dos quais já me esqueci,
e selei-o com um beijo
para levantar as velas
sem saber se irá cair.

Quando a distância
não for de qualquer relevância
e ao atravessar uma janela,
logo estarei em uma parte
das colinas de marte.

Quando a maçã der vida as marionetes
pois, mal sabem os sete que tocam as trombetas
que as asas das borboletas são armas de guerra
mas elas não batem aqui,
batem do outro lado da Terra.

A razão entende as coisas mal,
não é nada pessoal,
só acho que não faz sentido,
é o que vento disse quando o ouvi em meu ouvido.

Aquele que me vê em pé neste palanque
e sabe das palavras que vos falo,
peço que por favor se levante
e, como eu vista seu coração
pois voamos na mesma direção.

Menestrel do(pelo) Caos Ontológico, 23/01/2010

sexta-feira, janeiro 22, 2010

Um antigo.

De 2008, não lembro bem a data, não encontrei.

Carta

Sabe, quando estou contigo,
por mais que eu tente não consigo
dizer tudo o que sinto.
As músicas de amor soam indiferentes,
acho que as palavras não são suficientes,
às vezes, acho que nem o universo é.
Tantos astros, planetas e nada,
nada é tão quente como ter você ao meu lado.
Na verdade, acho a vida curta demais
para gastar todo esse amor.
O tempo vai gastando o pavil
e antes desse amor acabar,
seria necessário essa vida e outras mil!
Mas isso para ti não é problema algum
pois essa sua beleza que se estabelece
nesse corpo humano, frágil, comum, tangível,
é digna das mais belas estrelas,
e, afinal, estrelas não são eternas?

Filipe Torresi Rissetto, 2008

quarta-feira, janeiro 20, 2010

A Pena azul.



-Mais uma, por favor.
Desce o copo de whyskie no balcão.
-É meu velho, isso já está se tornando um hábito.
O barman acena que sim com a cabeça, um tanto alheio à
qualquer acontecimento que não seja o pano secando o
copo.
Já era a terceira vez que Brian parava nesse bar essa
semana, morava sozinho e não tinha pra quem correr à
noite.
Pagou a conta e saiu. Acendeu o cigarro com o fósforo
que brigou um pouco com o vento e se foi pela rua. Nos
atalhos entre um beco e outro percebeu uma
movimentação estranha, algo que voou pra trás de uma
lixeira.
-Ah, um morcego!
A curiosidade fez que ele fosse dar uma olhada,
procurar um pouco de ação nessa noite, nem q só um
susto pra acelerar os batimentos cardíacos, para assim
lembrar que ainda existe um Coração dentro do peito.
Nada de morcego... Uma Pluma azul no chão.
-Uma pena? Que tipo de pássaro estaria por aqui uma
hora dessas?
Ele levou a pena, se entreteve em pensar sobre ela
pelo resto do caminho.
Abriu a porta e entrou em casa, um suspiro.
-De volta a rotina...
Ele deixa a pena em cima da mesa e deita no sofá. Na
Tv, corujão de drama.
-Hahahaha, é, eu já estava com sono mesmo.
Dez minutos foram o suficiente pra se ouvir roncos.
Não muito tempo de sono depois ele acorda com uma
incômoda coceira no nariz.
-Inferno de gripe volt...
Antes de terminar, seus olhos recém abertos topam com
algo que só pdoeria ter saído dos seus sonhos.
Uma mulher de aproximadamente 30 cm de altura, vestida
com panos verdes de un tom musgo, cabelo azul celeste,
com mechas mais escuras, traços no rosto tão exóticos
e tão belos que fizeram com que demorasse um tempo
antes de Brian notar as asas, com vários tons de azul
que pareciam brilhar, ela segurava a pena que ele
encontrou na rua enquanto soltava risinhos que se
escondiam atrás da sua mão.
-Olá!-Ela disse
Brian estupefacto arregalou os olhos e achou
impossível aquilo tudo, aquilo ia além de qualquer
Extremo em que ele jamais havia pensado que a
realidade podia chegar.
-Te vi no beco e acabei te seguindo, vim pra conversar
contigo.
-O que é você?-Brian engasgou.
-Você tem café?
-Café? Você bebe café?
- É pra você, bobinho.-Novos risos que correram pra
trás dos dedos compridos.
Aquela foi uma noite curta para Brian, mas a única que
realmente podia se chamar de noite em muito tempo. E
que noite.

Filipe Torresi Rissetto, 21/01/2010

A manhã nunca veio.



Na minha janela, mais uma vez o sol.
Debaixo do meu lençol, nada dela.

Só a última brisa fria
que sobrou dessa madrugada.
Ainda sinto os traços
de que estiveste comigo,
ainda sinto o calor dos teus abraços
e teu cheiro de flores
acalmando minhas dores,
e lembro do teu rosto risonho
que fugiu dos meus olhos abertos
pra me dizer que era tudo um sonho.

Filipe Torresi Rissetto, 20/01/2010

terça-feira, janeiro 19, 2010

Enigma.



Quem sou eu?
Me fiz essa pergunta
e na interrogação ela morreu.

Procurei a resposta em meu passado,
mas lá existem apenas eventos finados,
sem uma resposta sequer...

Descobri, na verdade, lá fora
quem realmente sou agora
e caiu como uma luva.

Enquanto andei na chuva
ouvi ela dizer:
"O Caos a arder..."

Filipe Torresi Rissetto, 19/01/2010

sexta-feira, janeiro 15, 2010

Dream Theater - Forsaken

Não consegui postar o vídeo ¬¬ Segue o link:

http://www.youtube.com/watch?v=C7oH6Ku27Us


For a while
I thought I fell asleep
Lying motionless inside a dream

Then rising suddenly
I felt a chilling breath upon me
She softly whispered in my ear

Forsaken
I have come for you tonight
Awaken
Look into my eyes and take my hand
Give yourself up to me

I waited painfully
For night to fall again
Trying to silence the fear within me

Out of an ivory mist
I felt a stinging kiss
And saw a crimson stain on her lips

I have to know your name
Where have I seen your face before?
My dear one don't you be afraid

Forsaken
I have come for you tonight
Awaken
Look into my eyes and take my hand
Give yourself up to me

Take me far away
Close your eyes
And hold your breath
To the ends of the earth

Forsaken
I have come for you tonight
Awaken
Look in my eyes and take my hand

Forsaken
Fly away with me tonight
Awaken
Renew my life
Now you are mine
Give yourself up to me

quinta-feira, janeiro 14, 2010

Os Astros.



Atenção!
Não confundam essas gotas que caem do céu
e inundam as sarjetas com simples precipitação,
Essas são as lágrimas do sol
que deixou seu coração em rimas noturnas,
sob a luz da Lua, a única que sempre amou.

-Ah! Sol, tolo Sol!
Não pensaste antes de jurar teu amor?
Antes de querer unir duas vidas tão distantes?

-Não precisei, nunca tive dúvidas.
Sei minhas lágrimas doídas
secarão todas quando chegar meu sorriso
por ter encontrado minha amada num paraíso divino,
qualquer dia desses, em alguma curva
do destino...


Filipe Torresi Rissetto, 15/01/2010

sexta-feira, janeiro 08, 2010

Vermelho, linha & transparente.




Ando vivendo uma vida um tanto quanto transparente aos olhos da maioria
das pessoas. Mas esse negócio de busca por uma realidade já é tão
ultrapassado, aliás, a maioria das pessoas vive sem nem se preocupar
com isso. Eu não me preocupo, mas sei bem atrás de que véu estou, o
resto é saber demais.
Não quero saber desse mundo cinza que todos dividem e mesmo assim parecem estar sozinhos, com o olhar vazio... Minha realidade é verde & roxa & azul & vermelha &
amarela, minha realidade é multicolorida, multidimensional &
Inexistente, o que me deixa fazer dela o que eu quiser, pinto com todas
as cores, canto todas as músicas, bagunço as linhas que os deuses
desenharam nos céus...
Maçã deliciosa aquela dourada.

quinta-feira, janeiro 07, 2010

Entre a Lua e as Árvores.



Formas alvas dançam na escuridão em meus sonhos.
Por entre os galhos que rangem tristonhos
vem a luz da Lua visitar o chão
para ouvir as Árvores em sua noturna canção.

Que a noite, neste momento as reúna,
Que seus espíritos voem juntos no vento
e que seja infinito o tempo
enquanto não vem o dia,
que haja apenas a magia.

No cheiro das flores nesses ares,
Nos feixes de luz nua
Se sente o amor da Lua pelas Árvores,
Se sente o amor das Árvores pela Lua.

Filipe Torresi Rissetto, 07/01/2010

sábado, janeiro 02, 2010

Carta #3

Por todos esses dias,
nessa paz onde vim buscar abrigo,
posso dizer que estiveste comigo,
em cada lugar, em todas as melodias.

Enquanto estive nos bosques
e saciava de minha Harmonia a sede,
Você foi todo esse verde
que me cercou e renovou minha mente.

Enquanto observava o horizonte,
sentado sobre as pedras nas colinas,
Você foi o pássaro no alto céu
que sumia em meio às nuvens albinas.

Enquanto a noite cobriu-me com seu véu
e as estrelas pintavama abóbada celeste,
Você foi a lua, onde imaginei ver
um olhar que ali não existe.

Enquanto o vento trazia as brumas geladas
que pareciam entorpecer os sentidos,
era Você quem sussurrava em meus ouvidos:
"Você acredita em Fadas?"

Filipe Torresi Rissetto, 12/2009

Carta #2

Por que lugares caminha?
Que lingua fala o chão em que você tem pisado? Quais as cores do céu sobre ti? Qual o segredo das árvores cujo as sombras servem-lhe de descanso?
Aqui as coisas todas são tão belas, gostaria que você pudesse enxergar através de meus olhos que sondam essas paisagens tentando decifrá-las e, quem sabe, encontrar-lhe secreta em alguma beleza dessa terra ou algum simples prazer enquanto caminho por entre o verde.

Saudades do teu olhar...



Filipe Torresi Rissetto, 12/2009

Carta #1

Como vai, minha bela?
Hoje pela tarde abateu-me uma dúvida: Você, que já está na lua tanto quanto seu próprio brilho, está também na água?
É incrível como sempre te encontro lá e na chuva que cai sobre essas planices todas, como as nuvens te trazem nestas águas, molhando meus braços abertos que se erguem em direção ao céu...Que tocam seu rosto nas gotas de chuva enquanto as nuvens falam a língua dos sábios e a água que toca meu rosto, faz com que eu beije teus lábios.

Filipe Torresi Rissetto, 12/2009