quarta-feira, janeiro 20, 2010

A Pena azul.



-Mais uma, por favor.
Desce o copo de whyskie no balcão.
-É meu velho, isso já está se tornando um hábito.
O barman acena que sim com a cabeça, um tanto alheio à
qualquer acontecimento que não seja o pano secando o
copo.
Já era a terceira vez que Brian parava nesse bar essa
semana, morava sozinho e não tinha pra quem correr à
noite.
Pagou a conta e saiu. Acendeu o cigarro com o fósforo
que brigou um pouco com o vento e se foi pela rua. Nos
atalhos entre um beco e outro percebeu uma
movimentação estranha, algo que voou pra trás de uma
lixeira.
-Ah, um morcego!
A curiosidade fez que ele fosse dar uma olhada,
procurar um pouco de ação nessa noite, nem q só um
susto pra acelerar os batimentos cardíacos, para assim
lembrar que ainda existe um Coração dentro do peito.
Nada de morcego... Uma Pluma azul no chão.
-Uma pena? Que tipo de pássaro estaria por aqui uma
hora dessas?
Ele levou a pena, se entreteve em pensar sobre ela
pelo resto do caminho.
Abriu a porta e entrou em casa, um suspiro.
-De volta a rotina...
Ele deixa a pena em cima da mesa e deita no sofá. Na
Tv, corujão de drama.
-Hahahaha, é, eu já estava com sono mesmo.
Dez minutos foram o suficiente pra se ouvir roncos.
Não muito tempo de sono depois ele acorda com uma
incômoda coceira no nariz.
-Inferno de gripe volt...
Antes de terminar, seus olhos recém abertos topam com
algo que só pdoeria ter saído dos seus sonhos.
Uma mulher de aproximadamente 30 cm de altura, vestida
com panos verdes de un tom musgo, cabelo azul celeste,
com mechas mais escuras, traços no rosto tão exóticos
e tão belos que fizeram com que demorasse um tempo
antes de Brian notar as asas, com vários tons de azul
que pareciam brilhar, ela segurava a pena que ele
encontrou na rua enquanto soltava risinhos que se
escondiam atrás da sua mão.
-Olá!-Ela disse
Brian estupefacto arregalou os olhos e achou
impossível aquilo tudo, aquilo ia além de qualquer
Extremo em que ele jamais havia pensado que a
realidade podia chegar.
-Te vi no beco e acabei te seguindo, vim pra conversar
contigo.
-O que é você?-Brian engasgou.
-Você tem café?
-Café? Você bebe café?
- É pra você, bobinho.-Novos risos que correram pra
trás dos dedos compridos.
Aquela foi uma noite curta para Brian, mas a única que
realmente podia se chamar de noite em muito tempo. E
que noite.

Filipe Torresi Rissetto, 21/01/2010

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