domingo, maio 02, 2010

Lasciate ogni speranza voi c'entrate.





Na fumaça de um cigarro
Queima a angústia que me rasga o ser,
Que cria um abismo além do horizonte
e silencia meu ouvidos.

Só ouço meu pigarro sobre o Aqueronte.
O barqueiro abaixa a fronte,
Rumo à torre dos amores não vividos.

Ansiedade.
Onde se chega, quando não há pra onde ir?
Mas, que pode ser pior que a imobilidade?
Ainda existe, pra minh'alma, uma salvação?
Ainda existe, no meu peito, um coração?

Parece o caminho para casa,
em minha indecisão, penso
estar a caminho de onde realmente pertenço.

Nenhuma Beatriz me trará a piedade em suas asas
mas não carrego nos olhos lágrimas,
Carrego apenas meus versos, minhas rimas,
Elas são o que sou, carregarei-as até o fim.

Boa sorte para mim.

O cigarro acabou.

02/05/2010

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