quarta-feira, maio 26, 2010

Movimento.


Foi feliz o homem que se lançou ao mar.
Disse que queria conhecer novas paisagens.
Disse que nunca ia voltar,
e também não levou bagagens.

Sei que foi feliz pois entregou-se,
hoje as águas o embalam, nalgum lugar.
Seu corpo já não pesa,
mais leve que o vento
se fundiu às marés
e constante movimento.

Foi feliz o homem que se lançou ao mar.
Disse que nunca ia voltar.
Ele não sabia nadar, mas disse:
"Quero aprender com as ondas como dançar."

??/05/2010

4 comentários:

  1. Acredito que realmente foi feliz o homem que se se lançou no mar. E acredito que ele não só foi, como pode ainda ser, ou então ter sido feliz e se arrependido também. Porque afinal, quando se é feliz o que vem depois?

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  2. As imagens que saltaram desta poesia falaram comigo, como paredes de um labirinto. Elas quase me enganaram. Pensei que era eu, pensei que não era eu. Não era nada disso, era só linguagem. Era tudo que eu poderia ter visto.

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  3. Esse mar como válvula de escape, mesmo em algum submundo, mesmo ausente de tudo, contudo, tem esse rapaz, nele o sentir-se feliz, mesmo dormente. Muito bom...

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